
ROSA LOBATO FARIA - TRIBUTO
Caros amigos e visitantes, ao saber da partida deste plano Terreno de um grande Ser, o meu coração desejou deixar algumas palavras de Homenagem a uma Grande Senhora que soube através da sua presença educar, reatar, e plantar muito entre nós. O legado que nos deixou alimentará muitos ainda ao longo dos tempos por aqui.
Creio que este pequeno conto diz muito...
Onde quer que estejas Alma IRMÃ recebe este abraço e sorriso.
Obrigado pelo teu voo...
“No reino das borboletas”
À beira dum charco formosa borboleta, fulgurando ao crepúsculo, pousou sobre um ninho de larvas e falou para as pequenas lagartas atónitas:
- Não tenham medo! Sou eu, uma vossa irmã de raça! Venho para comunicar-lhes esperança. Nem sempre permanecerão coladas à erva do pântano! Tenham calma, fortaleza, paciência! Esforcem-se por não sucumbir aos golpes da ventania que, de quando em quando, varre a paisagem. Esperem! Depois do sono que as aguarda, acordarão com asas de puro arminho, reflectindo o esplendor solar ... Então, não mais se arrastarão, presas ao solo húmido e triste. Adquirirão preciosa visão da vida! Subirão muito alto, e o vosso alimento será o néctar das flores ... Viajarão, deslumbradas, contemplando o mundo sob um novo prisma! Observarão o sapo que nos persegue, castigado pela serpente que o destrói, e verão a serpente que fascina o sapo fustigada pelas armas do homem!
Enquanto a mensageira se entregava a ligeira pausa de repouso, ouviam-se exclamações admirativas:
- Ah! Não posso crer no que vejo ...
- Que misteriosa e bela criatura!
- Será uma fada milagrosa?!
- Nada possui de comum connosco ...
Inalando o suave aroma do jardim em que se demorara, a linda visitante sorriu e continuou:
- Não confiem na incredulidade! Não sou uma fada celeste. Minhas asas são parte integrante da nova forma que a natureza lhes reserva. Ontem, vivia convosco; amanhã viverão comigo! Equilibrar-se-ão no imenso espaço, desferindo voos sublimes em plena luz! Libertas do chavascal, elevar-se-ão, felizes ... conhecerão a beleza das copas floridas e o saboroso licor das pétalas perfumadas, a delícia da altura e a largueza do firmamento!
Logo após, lançando carinhoso olhar à família alvoroçada, distendeu o corpo colorido e, graciosa, desapareceu. Nisto, chega ao ninho a lagarta mais velha do grupo que, ouvindo as exclamações entusiásticas das mais jovens, ordenou, irritada:
- Calem-se e escutem! Tudo isso é insensato! Mentiras e divagações ... fujamos aos sonhos e aos desvarios. Nunca teremos asas. Ninguém deve filosofar assim ... somos lagartas, nada mais do que lagartas. Sejamos práticas, no imediatismo da própria vida. Esqueçam-se de pretensos seres alados que não existem. Desçam do delírio da imaginação para as realidades do ventre! Amanhã abandonaremos este lugar. Encontrei as hortas que procurávamos. Será nossa propriedade. A nossa fortuna está no pé de couve que passaremos a habitar. Devorar-lhe-emos todas as folhas... precisamos simplesmente comer porque, depois, será o sono, a morte e o nada... nada mais.
Calaram-se as lagartas, desencantadas. Caiu a noite e, em meio à sombra, a lagarta – chefe adormeceu, sem despertar no outro dia. Estava completamente imóvel. Preocupadas, as irmãs observavam o fenómeno e, curiosas, puseram-se na expectativa. Algum tempo depois, com infinito assombro, repararam que a orgulhosa e descrente orientadora se metamorfoseara numa linda mariposa, voando com a graça que “O Eterno Criador” lhe tinha concedido…
Ver Site:
www.ashistoriasdailda.no.comunidades.net/
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